Efeitos nas últimas semanas de gestação durante a Copa do Mundo

Torcedora gestante na Copa do Mundo 2014
Cuidados e orientações para as mulheres que podem entrar em trabalho de parto antes do apito final

SÃO PAULO [ ABN NEWS ] – Um bebê não tem hora certa para nascer e a natureza não pode estagnar para assistir a um jogo de futebol. É por isso que este ano a preocupação das grávidas em época de Copa do Mundo ficou ainda mais acentuada. Como estará o trânsito durante os jogos nas cidades-sede, como são os plantões nas maternidades durante os jogos do Brasil e qual a melhor forma de se preparar para o parto são algumas das principais dúvidas.

Não há motivos para preocupações, afirma o dr. Sérgio dos Passos Ramos, médico obstetra, membro da Comissão de Defesa Profissional da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP).

“Os plantões obstétricos nas maternidades não sofrem interrupções, funcionando normalmente nesta época do ano. A gestante só deve se preocupar com o contato do médico, em saber de qual forma ele a atenderá e deixar a mala pronta.”

Outro aspecto para estar atento é o trânsito nas cidades-sede durante este período. Em São Paulo, por exemplo, o dr. Sérgio afirma que o trânsito estará mais concentrado na Zona Leste, próximo a Arena Corinthians, com pouco adensamento de carros em outras regiões.

“Toda mulher, em qualquer época do ano, deve se informar. Independentemente de grandes eventos, como a Copa do Mundo da FIFA, é imprescindível que ela saiba qual a maternidade escolhida e fique atenta quanto às outras opções e vias de acesso”, explica o dr. Sérgio, chamando atenção também para a necessidade de conversar com o obstetra e saber onde ele estará na época prevista para o parto.

Em geral, o médico sabe o período em que estará disponível para as suas pacientes e tem alternativas para os casos em que não puder comparecer.

“Quando ele não está presente, é comum existir uma equipe que atenda em seu lugar”, acrescenta o especialista. Portanto, nada de tumulto. A grávida deve ficar tranquila e manter a transparência, cobrando o mesmo do obstetra.

Como identificar o trabalho de parto

O trabalho de parto começa com a atividade muscular do útero da mãe, fazendo com que a cabeça da criança saia em direção ao colo do útero e o dilate, permitindo que ele desça para a parte inferior da bacia. As contrações são movimentos do útero expelindo o bebê em direção ao colo.

A mulher deve procurar um hospital ou maternidade quando sentir essas contrações repetidamente e em intervalos cada vez menores. Ao constatar duas contrações em um intervalo de 10 minutos, é hora de ir para a maternidade.

“É uma dor suportável e parecida com a cólica. Mas a sensibilidade dolorosa é individual, quem costuma sentir mais cólica no período menstrual tende a sentir mais contração de parto”, afirma o dr. Sérgio.

Outro indício de começo de trabalho de parto é a perda de água, que pode molhar roupas internas e escorrer pelas pernas.

É preciso correr para o hospital?

Quando a mulher começa a perder água, deve ir até a maternidade, mas não há porque sair correndo. Porém, isso não quer dizer que ela deve ficar em casa aguardando outros tipos de sinais, a menos que o médico tenha orientado.

Às vezes, a grávida perde uma pequena quantidade de líquido, que pode ser urina ou um corrimento. Isso é comum no final da gestação, pois o bebê comprime a bexiga, ou seja, não há nada de anormal, sem necessidade de procurar o hospital nesses casos.

“A mulher deve ficar preocupada e ir imediatamente ao hospital ou maternidade mais acessível nos casos em que há perda de sangue a ponto de escorrer pela roupa. Nessas condições, a mulher será encaminhada a um médico, que examinará e verificará o que está acontecendo. Outra ocorrência é se houver diminuição ou parada dos movimentos do nenê, quando também deverá ir ao hospital”, alerta o médico.

A perda de sangue escuro misturado com catarro, também conhecido como muco, é outro sinal de trabalho de parto.

Apesar dos diversos elementos errôneos que levam a gestante a pensar que está entrando em trabalho de parto, o dr. Sérgio adverte que se a mulher apresentar qualquer anormalidade, principalmente no final da gestação, ela deve ligar para o seu médico.

“Muitas mulheres sentem vergonha de ir ao hospital e voltar, mas se há dúvida, a grávida não pode hesitar”, ressalta o dr. Sérgio, lembrando que todos têm questionamentos e que, chegando ao hospital, a mulher será sempre atendida por uma equipe que poderá realizar exames aprofundados.

“É diferente quando é o segundo ou terceiro filho de parto normal, quando a mulher já conhece os sintomas. Com o primeiro filho, o parto costuma durar de oito a 24h, já o segundo dura de três a quatro horas e o terceiro duas horas ou menos.”